Apicultor de Jacuí é destaque no Globo Rural
No Brasil, esse serviço ainda tem muito para crescer. Um aplicativo criado em São Paulo quer promover o encontro entre que tem colmeias e quem produz alimentos.
O apicultor Marcelo Ribeiro, conhecido como Batata, trabalha com abelhas há 20 anos. Começou produzindo própolis, uma resina que é retirada de árvores pelos insetos, em Jacuí, no sul de Minas Gerais. Batata começou criando a Apis mellifera, uma espécie africanizada, daquelas que têm ferrões que machucam bastante.
“Quando eu comecei a mexer com abelha, todo mundo me chamava de doido. Aí eu fui crescendo e, hoje, já pensam diferente”, disse. Depois, partiu para espécies nativas do Brasil, que são aquelas sem ferrões, mas esse tipo não deu tão certo para os negócios do criador.
“Não consegui um mercado pra vender as própolis dela, andei desanimado. Cheguei ao ponto de querer vender porque tava me dando só dor de cabeça e gasto”, lembra Batata.
Mas, em vez de vender, o criador resolveu alugar as colmeias.
O aplicativo
Quem fecha contrato de aluguel precisa de autorização ambiental para criar e transportar as abelhas. E os fazendeiros têm que ter uma licença para receber os insetos.
Para ajudar no intermédio, a empresa dona do aplicativo fica com uma participação de 30% a 50% do valor pago pelo produtor rural, e o restante fica para o criador de abelhas.
E foi assim que Batata começou a fazer dinheiro com as espécies nativas do Brasil. Ele já conseguiu alugar mais de 200 caixas, sendo algumas delas usadas na produção do café arábica.
A empresa desenvolvedora do app fica em Ribeirão Preto e foi criada com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O aluguel não é bem uma novidade, mas é um serviço que tem muito para crescer.
“Hoje é praticamente irrisório o que se poliniza de café, soja e laranja. A ideia é que o fazendeiro entenda que, quando ele integra a abelha como se fosse um insumo agrícola, ele aumenta a produtividade”, explica Carlos Reder, sócio da empresa. (G1/Globo Rural)