Após quase duas semanas na Onda Roxa, índices da pandemia não melhoraram em Minas

Abr 2, 2021 - 00:00
Após quase duas semanas na Onda Roxa, índices da pandemia não melhoraram em Minas
Após quase duas semanas na Onda Roxa, índices da pandemia não melhoraram em Minas
Os índices da pandemia do coronavírus em Minas Gerais crescem a cada semana sem sinal de trégua. Mesmo com todas as 14 macrorregiões na Onda Roxa, que permite o funcionamento apenas das atividades essenciais e impõe toque de recolher das 20h00 às 5h00, há quase duas semanas, dados do programa Minas Consciente apontam que a situação não melhorou na maioria das cidades – somente Triângulo Norte e microrregião de Patos de Minas puderam avançar para a Onda Vermelha, menos restritiva, a partir de segunda-feira, 5.
Conforme os números, a incidência de casos confirmados de Covid-19 por 100.000 habitantes no estado saltou de 235 no dia 15 de março, antes da implementação da Onda Roxa, para 330 nesta semana, um aumento de 47%. Já o grau de risco geral, que mede a situação da doença em uma escala de 0 a 32, permaneceu em 26. Outro dado preocupante é em relação às vagas de internação: no estado, há apenas três leitos de UTI para tratamento de pacientes contaminados a cada 100.000 habitantes.
Ainda há duas regiões com grau de risco máximo para a pandemia. Nos municípios do Sul de Minas, a incidência da Covid-19 saltou de 217 para 353 casos confirmados por 100.000 habitantes nas últimas duas semanas – uma alta de 62%. Ainda não ocorreu nenhuma mudança na ocupação dos leitos de tratamento intensivo, que permanecem em 97%, segundo balanço do Minas Consciente. Na região Leste do Sul, que integra cidades como Ponte Nova, Manhuaçu e Viçosa, na Zona da Mata, onde também há grau crítico, houve uma alta de 16,9% na incidência de casos – existem apenas 1,3 leitos de UTI Covid-19 disponíveis para cada 100.000 habitantes.
Área com a principal estrutura hospitalar do estado e que abriga os municípios da Grande BH, a situação da região Central piorou desde o início da Onda Roxa. Os dados apontam que a ocupação dos leitos saltou de 91% para 95% e a taxa de incidência da Covid-19 cresceu 50% na comparação com a última semana. Na última quarta-feira, 31, o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, enfatizou que as restrições só vão ajudar a reduzir novos casos e óbitos com o apoio da população e dos gestores locais.
"Nas regiões em que há maior sensibilização da população e maior empenho da gestão municipal, a gente vê que os frutos são colhidos de forma mais rápida. A Onda Roxa como medida isolada não surte efeito, a gente precisa de todo o comprometimento da população", disse. Como exemplo, o dirigente citou a macrorregião Noroeste, que entrou na fase mais restritiva no mesmo período que a maioria das cidades mineiras. A incidência do vírus na localidade teve uma leve alta de 7%, o que é considerado pelo programa como estabilidade da transmissão. (O Tempo)