Atriz de Guaxupé estreia temporada no Sesc Consolação

Jan 17, 2023 - 00:00
Atriz de Guaxupé estreia temporada no Sesc Consolação
Atriz de Guaxupé estreia temporada no Sesc Consolação
Atriz de Guaxupé estreia temporada no Sesc Consolação
Atriz de Guaxupé estreia temporada no Sesc Consolação
Atriz de Guaxupé estreia temporada no Sesc Consolação
Ubu Rei, de Alfred Jarry, nova produção de Os Geraldos, de Campinas (SP), entra em cartaz no Teatro Anchieta - um dos espaços culturais mais tradicionais da capital paulista -, no Sesc Consolação, no dia 27 de janeiro. A nova parceria do grupo com o diretor Gabriel Villela segue em temporada até 12 de março,  sexta e sábado, às 20h00, e domingo, às 18h00. Com tradução de Bárbara e Gregório Duvivier e adaptação do grupo e do diretor, a peça - um clássico do teatro ocidental, marco de ruptura e transgressão no século XIX - revela-se mais contemporânea do que nunca, ao fazer uma sátira do Brasil atual. No elenco está a atriz Ciça de Carvalho, nascida em Guaxupé.

O espetáculo marca o segundo encontro da atriz com o grupo Os Geraldos, assim como com o diretor Gabriel Villela. A primeira parceria resultou no espetáculo Cordel do Amor sem Fim - ou A Flor do Chico, de Claudia Barral, que tem circulado por importantes circuitos teatrais brasileiros. 

O teatro popular é o território que liga o grupo ao diretor, que, com uma estética vinculada às raízes culturais do Brasil profundo, trabalha na criação de pontes de sentido entre os clássicos e o contexto do espectador. Ubu Rei faz uma sátira do poder obtido por usurpação e exercido com tirania, ao apresentar Pai e Mãe Ubu, um casal entregue à barbárie que invade a Polônia e, assassinando o rei, assume o seu trono. 

Considerado por dadaístas e surrealistas como precursor desses movimentos, assim como do teatro do absurdo e da performance, Jarry oferece o material dramático de que Villela e o grupo Os Geraldos precisam para responder, com beleza e humor ácido e inteligente, a este momento histórico de caretice, autoritarismo e vulgaridade, que exige ruptura, por meio do pensamento e da arte, como o fez historicamente essa peça. 

Responsável pela produção do projeto, o grupo campineiro Os Geraldos, que completa 15 anos em 2023, contou com nomes relevantes do cenário nacional das artes cênicas, como o diretor Gabriel Villela, o assistente de direção Ivan Andrade, os preparadores vocais Babaya Morais e Everton Gennari, dentre mais de 30 pessoas, que estão diretamente envolvidas na produção do espetáculo, com 14 atores no elenco.

Sobre o espetáculo, Villela ressalta a vinculação direta com a situação sócio-político-cultural brasileira. “Nós criamos um delírio tropical, em que fazemos uma sátira afiada do nosso país, respondendo, com violência poética, à selvageria e à estupidez destes tempos”, declara o diretor.

Atualidade no palco
Mesmo se tratando de um texto escrito no final do século XIX, o texto de Ubu Rei fala muito sobre os dias atuais. Para transpor a nova versão para a obra de Alfred Jarry (considerado o pai do teatro do absurdo), Os Geraldos e Gabriel Villela optaram por fazer uso da estética e da música para deixar ainda mais evidente o surrealismo da linguagem. A ideia é provocar no espectador uma sensação de vertigem, sair do prumo, balançar o extremismo posto em cena, fazer o espectador embarcar num delírio tropical, universal sobre os extremismos postos.

Entre as coisas que unem o grupo paulista e o diretor mineiro é o modo de usar a música para contar a história. São 18 canções (entre íntegras, versos, pedaços, melodias etc), interpretadas ao vivo pelos atores - com acompanhamento do maestro Everton Gennari, responsável pela direção musical (com Babaya Morais), ao piano. E uma inusitada homenagem à Miriam Batucada, com os artistas tocando caixa de fósforo.

São músicas do cancioneiro popular brasileiro e latino-americano - como Geraldo Vandré, Raul Seixas, Inezita Barroso, entre outros compositores. As canções são elementos da dramaturgia, servindo tanto como prólogo (protofonia musical) até para juntar cenas e atos, ou mesmo para levar as cenas para outro lugar.

Se na primeira parceria entre os artistas (Cordel do Amor sem Fim) o lirismo estava em cena, com a estética romântica que remete às cores de uma tempestade - azul, vinho… -, em Ubu Rei é o deboche que está em cena. Para a versão desse clássico do absurdo, o cenário e os figurinos trazem muito brilho, cores quentes, quase uma estética de cabaret, numa referência ao programa do Chacrinha.

O figurino traz diversas referências, com elementos do Japão, da África, porém misturado com estilos que remetem ao brega, trajes de festa envelhecidos, datados, desatualizados, com cortes desiguais, que mostram a decadência daquela sociedade posta em cena.

Sobre o grupo
Os Geraldos tem sede em Campinas (SP) desde 2008 e atua em três frentes de trabalho: Criação Artística, ao criar e manter em circulação seus espetáculos;  Projetos Formativos, ao oferecer cursos sobre a arte do ator e gestão cultural, a partir da prática do grupo e de pesquisas de mestrado e doutorado de seus integrantes; e Territórios Culturais, ao instituir espaços que possam sediar, para além das atividades do grupo, outros eventos artísticos, como ocorre em sua atual sede, o Teatro de Arte e Ofício (TAO), um dos mais importantes espaços culturais de Campinas. 

O grupo já circulou por mais de 80 municípios, de três países e de dez estados brasileiros, e foi indicado ao Prêmio Governador do Estado de Territórios Culturais (2017), além de receber mais de 40 prêmios, em festivais nacionais e internacionais.

Ciça de Carvalho
Ciça de Carvalho é atriz, filmmaker e produtora cultural nascida em Guaxupé. É bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), compôs o elenco da peça Cordel do Amor sem fim, de Claudia Barral, uma produção do Grupo Os Geraldos, sob a direção de Gabriel Villela.
E, atualmente, está no espetáculo "Ubu Rei", com direção do premiado diretor mineiro Gabriel Villela e texto de Alfred Jarry

Serviço 
Ubu Rei
Temporada: de 27 de janeiro a 12 de março de 2023 - sexta e sábado, às 20h00, e domingo, às 18h00.
Local: Teatro Anchieta – Sesc Consolação (Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, São Paulo)
Ingressos: Ingressos: R$40,00 (inteira), R$20,00 (Meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$12,00 (Credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes) - Os ingressos estarão disponíveis para venda em
sescsp.org.br a partir de 17/01 ou nas bilheterias do Sesc São Paulo, a partir de 18/01.
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 16 anos 
Lotação: 280 lugares
  
Sesc Consolação 
Rua Doutor Vila Nova, 245, São Paulo – SP 
Metrô Higienópolis-Mackenzie  
Informações: (11) 3234 3000 

sescsp.org.br/consolacao 
Facebook, Twitter e Instagram: /sescconsolacao 
 
Horário de Funcionamento      
Terça a sexta, das 10h às 21h30      
Sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 18h00.