Chefe do IEF no Sul de Minas e policiais ambientais são alvo de operação do MPMG
A Polícia Militar e a Controladoria Geral do Estado de Minas Gerais também dão apoio à operação. Dos 11 mandados de busca e apreensão, cinco são cumpridos na cidade de Passos, cinco em Cássia e um em Botelhos. O Ministério Público também informou que dois mandados de medidas cautelares – quando há restrição de direito, mas não a prisão do indivíduo – estão sendo cumpridos.
De acordo com o MPMG, os suspeitos estariam envolvidos em um esquema de desmatamento com a emissão de pareceres falsos e o recebimento de propina para autorizar intervenções ilegais no meio ambiente da região. Todos são investigados pelos crimes de corrupção, falsidade ideológica e prevaricação.
Em relação ao desmatamento, a investigação já teria comprovado um caso e segue na tentativa de apuração de outros. A ocorrência envolve o desmatamento de 6,03 hectares (ha) de vegetação remanescente de Mata Atlântica e de 0,96 ha de floresta em área de preservação permanente, que atingiu uma nascente e a mata ciliar da cabeceira de um rio, na zona rural de Cássia.
Ainda segundo as apurações conduzidas pelo Ministério Público, que tiveram início há cerca de um ano e meio, “para auxiliar produtores e empreendedores a escaparem dos rigores da lei ambiental, os mesmos policiais militares indicavam a seus ‘clientes’ os serviços de consultoria ambiental da esposa do coordenador do IEF, de Passos, como garantia de que, com a sua contratação, teriam facilidades no IEF”. O coordenador do IEF também receberia vantagens ilícitas no esquema. A investigação apura as informações.
“As investigações apontam que o comandante do destacamento da Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMA), de Cássia, solicitava ajuda financeira a empreendedores e produtores a pretexto de que seria para custeio de despesas do quartel, mas se apropriava dos valores. Junto com outro policial do destacamento, o comandante teria recebido propina para ‘autorizar’ intervenções ambientais ilícitas e garantir que não haveria fiscalização pela PMMA. Após comprarem a garantia de que não seriam fiscalizados, empreendedores e produtores rurais da região ficavam à vontade para lesarem o meio ambiente”, destacam os promotores de Justiça.
A reportagem entrou em contato e aguarda um posicionalmento da Polícia Militar de Meio Ambiente e do IEF. (O Tempo)