Clima afeta rendimento das lavouras de café, diz Cooxupé
Impacto na produção só será medido depois que o café for colhido e beneficiado

Entre janeiro e fevereiro, as lavouras de café enfrentaram estiagem e altas temperaturas, o que deve afetar o rendimento da safra atual de café e da próxima, de acordo com a Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), maior comercializadora de café do mundo.
“Ainda tem muita instabilidade climática. Não temos certeza do que vai acontecer”, afirmou Osvaldo Bachião Filho, vice-presidente da Cooxupé.
Ele disse que as temperaturas em fevereiro ficaram mais altas que em novembro, ultrapassando 32°C.
Acima dessa temperatura, segundo o executivo, o cafezal para de fazer fotossíntese.
Ele acrescentou que os cafezais produziram menos folhas por conta do calor.
Além disso, as chuvas retornaram nos últimos dias, mas não em todas as regiões cafeeiras.
“Alguns lugares estão com o volume de chuvas 60% abaixo da média histórica”, observou.
Carlos Augusto Rodrigues De Melo, presidente da Cooxupé, disse que só será possível medir o impacto do clima depois que o café for colhido e beneficiado.
O presidente da cooperativa disse que, apesar dos desafios enfrentados na safra passada por conta do clima, a Cooxupé conseguiu comprar mais de 8 milhões de sacas de café em 2024 e vendeu mais de 7 milhões de sacas, sendo que as exportações ultrapassaram 6 milhões de sacas.
A receita, segundo o executivo, ficou pouco abaixo de R$ 10 bilhões e as sobras (equivalente ao lucro das empresas) atingiram em torno de R$ 390 milhões.
Em 2023, a Cooxupé recebeu 5,3 milhões de sacas e exportou 3,7 milhões de sacas.
A receita atingiu R$ 6,4 bilhões e as sobras foram de R$ 286,8 milhões.
“Mesmo com as dificuldades de produção e recebimento, a cooperativa teve uma performance muito boa em 2024”, afirmou o presidente.
A Cooxupé divulga o seu balanço de resultados no dia 28.
Questionado sobre o risco de os Estados Unidos taxarem as importações de café do Brasil, Luiz Fernando dos Reis, superintendente comercial da Cooxupé, disse que isso traria impacto nos preços internacionais do café e afetaria as exportações brasileiras do grão.
No entanto, salientou que os EUA anunciaram taxação do café da Colômbia, mas voltaram atrás.
“Os Estados Unidos dependem da importação de café. Para cada um dólar que entra de café no país são gerados US$ 43 com a movimentação do café. Então impor tarifas vai tirar possibilidade de ganhos dentro do próprio país”, disse Reis.
(Com Globo Rural)