Eleições
Todos acabam vigiando e controlando a todos, para que ninguém faça o que todos gostariam de fazer, previu o também saudoso psicoterapeuta José Ângelo Gaiarsa – um previsão não exclusiva para a política, mas atribuída a outros contextos também.
Novamente estaremos diante das eleições.
E, tristemente, outra vez a polarização raivosa manifestada pelo descontrole insano das emoções está disseminada na cabeça dos incautos insossos, inconscientes e inconsequentes.
Fanatismo partidário de ambos os lados.
Fanático não pode mudar de ideia. Fanático não quer mudar de assunto. Por isso, é inútil pretender dialogar com pessoa fanática.
O óbvio passa sempre despercebido pelo indivíduo fanático, sempre um distraído.
O que é o óbvio?
O óbvio: Jesus Cristo não é o candidato.
Ninguém está votando em Jesus Cristo.
Nenhum candidato é um ser perfeito, nenhum deles é o Ungido Salvador de todos.
Todo candidato é tão somente um ser humano quanto todos os seus eleitores.
Assim sendo, aspectos positivos e negativos poderão ser encontrados em ambos os lados, em todos os partidos.
Pessoas boas e bem intencionadas, sim, elas existem em ambos os lados; pessoas ruins e causadoras de escândalos, pois é, elas também estão por aí – em ambos os lados.
O joio e o trigo crescem juntos, disse Jesus de Nazaré.
O ser humano erra.
Quem erra e reconhece, se desculpa e se esforça para não errar mais, assumindo outro caminho, esse é um bom candidato. E ainda assim não será perfeito só porque reconheceu alguns erros. Continuará sendo um ser humano.
Já quem não reconhece quando erra, se mostra como o único capaz de botar ordem na casa, que é corretíssimo e honestíssimo, praticamente um ser alado enviado por Deus para o bem e a salvação de todos, que quer tolerar tudo e fazer carinho em todos, bons e maus, cuidado! Não se pode agradar a Deus e fazer cafuné no capeta ao mesmo tempo. Cuidado!
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Encerro com um texto do colega psicólogo Jacob Pinheiro Goldberg, relatando um triste fato ocorrido com ele, na cidade de São Paulo, diante de uma pessoa politicamente fanática:
Fui ameaçado de morte e agredido, verbalmente, no dia 2 de julho ao subir de táxi a Av. Angélica com o motorista Aurélio da Cunha por uma moça, acompanhada por outra mulher. A criminosa, provavelmente drogada, desgrenhada, gritava frases desconexas insistindo aos berros: ‘Você é inútil, não merece viver’. Na fúria animalesca se referiu à que eu era excluído da mídia e as minhas postagens. Registro minha profunda repulsa à essa criminosa e eventuais cúmplices: realmente sou inútil ao vosso propósito satânico de ódio, seja lá qual for a origem política, religiosa ou bandida que representa. Fica essa denúncia pública para os devidos fins legais e de Direito. Finalmente o episódio reforça minha linha de atuação filosófica contra qualquer forma de sociopatia ou barbárie totalitária clara ou disfarçada. Eu sou uma pessoa, você é um ‘não-ser’, escória da natureza.