Em Fórum online da Cooxupé, especialista disse que florada se abriu com calor e baixa reserva de água no solo
De fato, o déficit hídrico no solo este ano nos cafezais bateu recorde, confirmou o também agrônomo Éder Ribeiro dos Santos, coordenador de Geoprocessamento da Cooxupé, no mesmo evento. "Armazenamento de água no solo baixo, temperaturas elevadas e poucas precipitações contribuem para essa condição", confirmou. "O florescimento ocorreu em situação de temperaturas máximas muito altas e déficit hídrico extremamente elevado."
Ainda segundo Carvalho, outra questão que deve prejudicar a próxima safra é que os cafezais vêm de safra cheia no ano passado, o que exige muito das plantas. "Em 2019 houve a bienalidade alta (na qual os cafezais produzem mais em relação ao ano anterior)", explicou. "Para agravar a situação, nos últimos dez meses as chuvas caíram em níveis muito baixos, menores do que a metade da média histórica; isso maltratou muito as plantas", continuou. "Esse quadro é irreversível e preocupante e com certeza afetará a produção a ser colhida em 2021", disse.
Chuva até novembro será abaixo da média nas áreas produtivas
Ele disse que, principalmente pelo fato de que em outubro as chuvas serão bem abaixo do normal, "isso vai influenciar a deficiência hídrica do trimestre inteiro". "Há uma probabilidade alta de a chuva ficar abaixo do normal nesse período", enfatizou, acrescentando, porém, que a situação pode se modificar em razão da previsão de longo prazo quando se fala de clima. Sentelhas explicou também que em anos de La Niña o período de seca do ano seguinte costuma se prolongar um pouco mais. (Estadão Conteúdo)