Foi cancelada sessão que discutiria possibilidade de reeleição do presidente da Câmara Municipal
Nos últimos dias já vinha circulando comentários de que após a realização das eleições municipais, em pleno recesso parlamentar, e no apagar das luzes do exercício de 2020, os vereadores iriam apreciar e votar o projeto de resolução nº 04, dispondo a respeito da possibilidade dos membros da mesa diretora serem reeleitos para o próximo biênio.
Atualmente o artigo 12, do Regimento Interno da Câmara Municipal, estabelece o seguinte “o mandato dos membros da Mesa, que termina com a posse dos sucessores, é de dois anos, sendo vedada a recondução para o mesmo cargo em qualquer hipótese”.
Acontece que foi agendada uma Sessão Extraordinária prevista para acontecer na última segunda-feira, 28, às 18h00, onde seria discutida, apreciada e votada uma alteração no mencionado artigo, que passaria a ter a seguinte redação: “o mandato dos membros da Mesa, que termina com a posse dos sucessores, é de dois anos, sendo vedada a recondução para o mesmo cargo dentro da mesma legislatura”.
Caso a proposta de alteração tivesse sido votada e aprovada, os atuais membros da mesa diretora, e que foram reeleitos vereadores, poderiam disputar os respectivos cargos em eleição a ser realizada na próxima sexta-feira, 1º de janeiro de 2021, imediatamente à tomada de posse.
Como de costume, a assessoria de comunicação da Casa Legislativa encaminhou para a imprensa a cópia da ordem do dia, bem como dos projetos de leis que seriam discutidos e votados, inclusive a alteração do Regimento Interno. O que a assessoria de comunicação não avisou é de que a mencionada Sessão Extraordinária tinha sido cancelada ou suspensa e nem os motivos da não realização da mesma.
Os únicos a comparecerem na sede da Câmara Municipal foram a reportagem do Jornal e o vereador Francisco Timóteo de Resende, porém encontraram as portas daquela Casa literalmente trancadas, e nenhum aviso do cancelamento da sessão.
Depois de aguardarem por mais de uma hora, Francisco Timóteo entrou em contato, por telefone, com outros edis, obtendo a informação de que não haveria sessão.
Francisco Timóteo não faz parte da atual mesa diretora daquela Casa e também não foi reeleito no último pleito, realizado em 15 de novembro passado. Falando à reportagem do jornal, ele mencionou que não seria contra a alteração no Regimento Interno, desde que tivesse sido apresentado em tempo oportuno, antes da realização das eleições. Ele considerou um absurdo a apresentação do mesmo no recesso parlamentar, e a três dias do término do ano, acrescentando que o atual presidente daquela Casa teria sido “massacrado” nas redes sociais, diante do inconformismo da população.
No entendimento de Timóteo, vivemos num Estado Democrático de Direito, onde deve prevalecer a alternância de poder, acatando sempre a vontade popular. (WF)