Governador pede à União apoio e suspensão das parcelas de financiamentos para cafeicultores mineiros atingidos pelas geadas
Após o encontro, o governador explicou que o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) se comprometeu a destinar R$ 1,35 bilhão do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) aos produtores afetados pela geada. “O Banco do Brasil também reservará um montante para atender ao setor. Além disso, o Governo de Minas dará todo suporte aos laudos para que os produtores recebam os seguros”, afirmou.
O Mapa trabalhará a parte técnica, como a definição dos juros, número de parcelas e carência. Segunda a secretária, cada produtor precisa de uma modalidade de financiamento.
“Também fizemos um pedido em relação aos investimentos realizados pelo produtor, sobretudo no setor de maquinário. Para aqueles produtores com dívidas com vencimento de curto prazo, e que perderam a lavoura, o pedido é que essas parcelas sejam suspensas e alongadas para o final do financiamento”, explicou Ana Valentini.
Ainda de acordo com a secretária, as demandas apresentadas são resultado de uma construção coletiva, liderada pelo Sistema Estadual da Agricultura em prol do atendimento e socorro aos produtores atingidos pela geada.
Demandas de crédito e custeio
Os produtores também solicitam liberação de crédito para outras lavouras anuais (soja e milho, por exemplo) ou atividades pecuárias, que permitam retorno financeiro rápido para os anos 2021/2022, além do alongamento dos prazos de pagamentos das parcelas de investimento, suspendendo as parcelas dos próximos três anos e a postergação para o final do contrato vigente.
Nova modalidade
A negociação de apoio de fundos nacionais e/ou internacionais para recuperação da cafeicultura, principalmente para os agricultores familiares, com recursos a fundo perdido, também está entre as demandas apresentadas, além da liberação de crédito para cooperativas e revendas de insumos para fazer frente à possibilidade de produtores não conseguirem honrar compromissos firmados para contratos nas safras a serem colhidas nos dois próximos anos.
Ações em andamento
Estes laudos são necessários, sobretudo para produtores cuja atividade possui financiamento bancário acompanhado de seguros em caso de intempéries climáticas. A geada que atingiu as lavouras mineiras foi uma das mais intensas já registradas no estado. Segundo o levantamento preliminar da Emater-MG, a estimativa é de que pelo menos 9.540 produtores foram afetados. A região do Sul de Minas foi a mais atingida, já que 77,8% dos 170 municípios afetados pela geada ficam nesta região.
Em seguida, estão as regiões do Triângulo e Alto Paranaíba, que, juntas, tiveram 21% de todas as cidades afetadas pela intempérie. De acordo com o relatório, estima-se que a geada afetou aproximadamente 173,7 mil hectares, o que corresponde a 19,1% da área ocupada com cafeicultura na região abrangida pelo levantamento.
A Epamig está estudando a viabilidade de produção de sementes de cultivares de café adaptadas e produtivas para os municípios das regiões afetadas, em apoio à implantação de viveiros municipais, com o objetivo de produzir mudas para aos agricultores familiares que tiverem necessidade de replantio. (Agência Minas)