Historiador guaxupeano homenageia vereador Ari Cardoso

Jun 30, 2021 - 00:00
Historiador guaxupeano homenageia vereador Ari Cardoso
Historiador guaxupeano homenageia vereador Ari Cardoso
Faleceu nesta quarta-feira, 30 de junho, o vereador da Câmara Municipal de Guaxupé, Ari Cardoso, 49 anos, mais uma vítima do Coronavírus na cidade. Ele cumpria o seu quarto mandato eletivo e, há vários dias, encontrava-se internado na UTI, Unidade de Tratamento Intensivo, da Santa Casa local. Infelizmente seu estado se agravou, fazendo com que ele viesse a óbito na última madrugada.
Ele era natural de Guaxupé, nasceu em 10 de agosto de 1971, era casado com Anísia de Morais Cardoso e deixa as filhas Gabriela e Daniela.
Em virtude dos protocolos de saúde, não foi possível a realização de velório. Como seu sepultamento estava previsto para acontecer hoje, no cemitério da Praça da Saudade, às 14h00, um grande número de pessoas, alguns dos ex e atuais vereadores, secretários municipais, parentes e amigos foram se aproximando da entrada da necrópole, aguardando a chegada do féretro.
No local também permaneceram expostas inúmeras coroas de flores com mensagens de pesar e de apoio à família enlutada.
Antes do corpo seguir para o sepultamento, o pesquisador e historiador Wilson Ferraz proferiu um comovente pronunciamento. As exéquias foram proferidas pelo pastor evangélico Vicente, que realçou as virtudes do extinto, além de falar do legado do mesmo. O sepultamento foi acompanhado somente pelos familiares mais próximos.
 
Pronunciamento 
Senhoras e senhores, permitam-me tecer a minha singela despedida ao amigo que hoje parte para a eternidade.
Ari Cardoso foi verdadeiramente um democrata, um paradigma e um exemplo às gerações, presente e futuras. Quem dele se aproximasse, encontraria na sua personalidade simples e acolhedora toda a amplitude dos sentimentos bons e da mais verdadeira justiça, além daquele amor pelo próximo.
Vereador na Câmara Municipal de Guaxupé por quatro mandatos sempre teve por princípio o progresso e o desenvolvimento desta terra e na tentativa de promover o bem estar dos munícipes. Pela sua índole ele foi uma afirmação eloquente de patriota e de cidadão da mais alta honradez, aliando à sua individualidade ímpar os requisitos que predestinam às posições de direção e comando: serenidade, firmeza e espírito de justiça.
Na vida pública, militando nas esferas políticas como ilustre vereador que foi, soube ser uma expressão de prudência, de serenidade, além da fidelidade às suas convicções democráticas e aos seus compromissos.
Empresário do ramo de motocicletas, imprimiu nas suas atividades um ritmo de trabalho consentâneo com as modernas técnicas da indústria, tornando-se um dos mais prósperos empresários do ramo, porém jamais se esqueceu ou se apartou dos seus deveres morais e sociais, emprestando a sua colaboração a todos os empreendimentos que dissessem respeito à sua terra, por isto, como vereador que foi nos seus quatro mandatos, é que ele pôde prestar relevantes serviços à coletividade.
No seu feitio simples, e sem se perder com o fascínio da posição política e ou social, a todos acolhia bondosamente, criando em torno de si um vasto círculo de amizades.
Arrastado ao leito pelo insidioso Coronavírus, moléstia que havia de levá-lo do lar, onde era esposo carinhoso e pai amantíssimo, foi conduzido para a eternidade, porém parece que havia alguma coisa de salvo na sua alma resignada. Trabalhador ativo, a morte o colheu inesperadamente ainda à frente das lidas na política e no labor de suas atividades de empresário bem sucedido.
Ari foi afinal um homem do povo, sempre lutou pelos interesses de seus conterrâneos. Entre os humildes e os modestos é que ele encontrava o clima para a inspiração de sua vida. Ainda que engalanado no cargo de vereador, posição que poderia lhe proporcionar altivez, foi dentro da mais admirável modéstia que a grandeza de sua personalidade se iluminou. Por isso o homem do povo o estimava e os mais modestos concidadãos o seguiram, porque, na verdade, Ari Cardoso sabia interpretar a gente simples que também lhe consagrou o nome.
Portanto, é com grande pesar que a sociedade local pranteia a sua morte. E será com grande respeito que reverenciaremos a sua memória, porque a sua lembrança viverá imortal como a sua bondade. (Wilson Ferraz)