Lincoln Vieira Tavares conta parte de sua vida
A partir daí, passei a observá-lo melhor, nesse sentido. No entanto, nossa convivência vinha de longe. Ambos vínhamos de famílias espíritas, e já havíamos frequentado a Escola de Moral Cristã juntos, naquele tempo denominada “Catecismo Espírita”, por sinal ministrado por uma irmã de Cairbar, hoje no mundo espiritual, que nós chamávamos de Souza, e pela Palmira Pasqua. Depois viria a Mocidade Espírita.
Na escola primária nos separamos, porque eu fui para o então Grupo Escolar Delfim Moreira e ele para o Barão de Guaxupé, porém tivemos uma professora em comum, no primeiro ano, dona Aparecida Reis Ribeiro, objeto de uma excelente crônica já publicada.
Fomos quase na mesma época para o Banco Moreira Salles, entidade já extinta, encampada pelo Unibanco, depois Itaú.
Mais adiante, Cairbar ingressou, por concurso, no Banco do Brasil, casou-se com a Wanda, vieram os filhos, eu também meu casei com Zélia, tivemos filhos, e então acabei seguindo seus passos, novamente, pois também passei no concurso do Banco do Brasil, vindo a trabalhar com ele em Guaxupé, inclusive substituindo-o no mesmo setor em que trabalhava no Banco.
Estudamos em São João da Boa Vista (SP), onde concluímos o curso de Direito, com diferença de dois anos. Tem mais: fomos vizinhos, por alguns anos, e Cairbar com a família, foram vizinhos de meus pais, além de terem sido grandes amigos.
No Movimento Espírita, Cairbar convidou-me para auxiliá-lo, juntamente com Carlos Conti e Norberto Pasqua, em programa radiofônico espírita na Rádio Clube de Guaxupé, aos domingos, pela manhã, onde participei, por alguns anos, com muita alegria e dedicação, aprendendo muito.
Nossa convivência foi interrompida pela minha transferência para Muzambinho, a dele para Monte Santo de Minas, depois para Brasília, onde passou a exercer importante cargo na Direção Geral do Banco do Banco do Brasil, depois para São José do Rio Pardo, assumindo o cargo de gerente, e finalmente para Guaxupé, aposentando-se.
Eu também acabei trabalhando em agências, e transferindo residência para Nova Resende, posteriormente aposentando-me também como gerente do Banco do Brasil, após ter viajado bastante, como Instrutor de Cursos do mesmo Banco, oportunidade, em que por algumas vezes encontrei-me com Cairbar em Brasília, ligeiramente.
Tornamo-nos, ambos, advogados militantes, até hoje, ele em Guaxupé e eu em Muzambinho, eu atualmente em vias de me aposentar.
No entanto, a finalidade principal desta crônica, é voltar ao ponto em que Balbino, o querido fabricante de pés-de-moleque, referiu-se ao jovem “sorriso”, pois, com o correr do tempo, hoje aos 72 anos de idade, vamos aprendendo a observar as pessoas, e em Cairbar, pude notar, durante todo esse tempo em que tenho convivido com ele, tratar-se alguém que ama a vida, que somente vê o lado bom das pessoas e das coisas, pois ele é realmente o homem do sorriso, nunca pude ver ou sentir, em minha convivência com Cairbar, que mencionasse algo negativo e sei que é assim com todos: família, amigos, na sociedade onde vive sempre para frente e para o alto, dentro da sua fé inabalável, exemplificando tudo aquilo que nós temos aprendido dentro da abençoada Doutrina Espírita, na qual nascemos, e que nos tem abrigado durante toda a vida.
Pode-se perceber, em todas as crônicas por ele redigidas, o espírito alegre, valorizando, de modo elegante, os feitos de seus biografados, sem demagogia, mas com sinceridade, o que é próprio do autor, hoje homenageado por este seu amigo e irmão – LINCOLN VIEIRA TAVARES/ Guaxupé, 2012.”