Mais de 200 pessoas são resgatadas do trabalho análogo à escravidão em Muzambinho, São Pedro da União e outras cidades no Sul de Minas
“Não significa que Minas Gerais é o local onde mais se pratica essa forma de exploração. Um dos motivos é o momento de safra, especialmente do café que implica no grande fluxo de trabalhadores, outro é a expertise da equipe de auditores fiscais”, explicou.
Das 204 pessoas resgatadas, 97 estavam sendo exploradas em lavouras de café de oito municípios mineiros: 24 em Itamogi; 5 em Cabo Verde; 5 em Silvianópolis, 3 em Santa Rita do Itueto; 25 em Pratinha, 11 em Santa Rita do Sapucaí, 18 em São Pedro da União e 6 em Muzambinho.
No ambiente de trabalho, não havia banheiros suficientes, local para aquecimento da alimentação e cadeiras para os empregados se sentarem. Os trabalhadores não tinham carteira de trabalho assinada nem receberam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
O MPT obteve assinatura de 55 termos de ajustamento de conduta e ajuizou 17 ações civis públicas.
Realizada durante todo o mês de agosto, em 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, a Operação Resgate III teve como resultado o resgate de 532 pessoas submetidas ao trabalho em condições análogas à escravidão. Homens, mulheres, idosos e até crianças estavam sendo explorados em segmentos econômicos como agricultura, em lavouras de café, mandioca, batata; na pecuária, na produção de carvão, no beneficiamento do alho. Neste ano, o número de resgatados no Brasil chegou a 2.077.
(Com MPT/O Tempo)