O Jornal da Região e o mito da Fênix

Quando era jovem, frequentava o Clube Guaxupé. Lá eu não ligava para sinuca, sauna, gostava mesmo era de jogar xadrez e ler os jornais e revistas. O Clube assinava jornais e revistas do Rio, de São Paulo, de Belo Horizonte e os locais. Lia-os todos. Foi ótimo, pois me deu uma grande base para a vida, principalmente naqueles tumultuados anos 50 e 60.
Agora, em meio a essa escuridão promovida por esse desgoverno e pela Covid-19, fico sabendo da volta do Jornal da Região pelas redes sociais. Não posso deixar de louvar essas duas bravas guerreiras, Paulina e Aline, mantendo acesa essa sagrada chama da comunicação e informação. São de mulheres como essas que o Brasil precisa mais do que nunca, preocupadas não só com a informação, com a formação e o saber. Fora disso não há salvação. Como dizia nosso grande poeta Drummond: "Para acordar os homens e adormecer as crianças."
Nessa volta à crônica, não quero falar de coisas tristes e de desgraças, que são muitas. Quero falar de beleza, de arte e de harmonia. São assuntos mais do que necessários, meus amigos. O Jornal da Região tem um corpo de cronistas maravilhosos. Leio-os todos. Sou um leitor compulsivo de cronistas. Aqui no Rio conheci vários: Drummond, Vinícius, Bandeira, Zuenir, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Eneida e muitos outros.
Bem, para encerrar essa crônica, vai um pedacinho da letra de música do Paulo Cesar Pinheiro e Maurício Tapajós, chamada Pesadelo.
"Quando o muro separa, uma ponte une. De repente olha eu aí de novo perturbando a paz, exigindo o troco. O muro caiu, olha a ponte da liberdade guardiã. O braço do Cristo, horizonte abraça o dia de amanhã. Que medo vocês tem de nós"....
Aristides Torres Filho é guaxupeano, escritor, poeta e tradutor.