Somos capazes de amar?

Fev 12, 2025 - 17:27
Somos capazes de amar?
Imagem: Pixabay

O amor está presente nas nossas declarações, nas pregações, nos filmes, nas poesias e nas canções.

Mas será mesmo que somos capazes de amar?

Vamos pensar, lendo uma carta de São Paulo:

"O amor é paciente, o amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." (1 Coríntios 13, 4-7).

Vamos refletir sobre cada item a respeito das características do amor?

O amor é paciente.

Nós somos pacientes?

O amor é bondoso.

Sempre somos bondosos?

Será que não existe maldade nas nossas palavras, em alguns dos nossos gestos?

O amor não tem inveja.

Será mesmo que não somos invejosos?

O amor não é orgulhoso.

Será que em algumas situações não sentimos orgulho?

O amor não é arrogante.

Somos ou não somos arrogantes?

O amor não é escandaloso.

Tem tanta gente causando escândalos por aí... Não é?

O amor não busca os seus próprios interesses.

Será mesmo que não buscamos nossos interesses?

O amor não se irrita, não guarda rancor.

Facilmente ficamos irritados e guardamos rancor sim.

O amor não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. É verdade. Muitos de nós não se alegra com a injustiça. Porém, outros tantos por aí tem muito medo da verdade. Sabe por quê? Porque a verdade liberta, e muitos de nós preferimos nos manter aprisionados em nossa ilusão, em nossos pecados de estimação.

O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Que pena. Quando temos a coragem de fazer uma autoavaliação do nosso temperamento, vemos que não, nem tudo desculpamos, somos de muitos modos incrédulos, não temos paciência para esperar, somos fracos para suportar.

Tapa na cara.

Somos mesmo capazes de amar?

Jesus de Nazaré foi ainda mais profundo. Ele nos pediu para nos amarmos uns aos outros, conforme Ele nos amou (João 13, 34). Quer dizer: Jesus mesmo é a referência do amor ao próximo. Nós nos envergonhamos ainda mais.

Reconheçamos: Como somos falhos, fracos, frágeis.

Quer dizer que devemos desistir de amar?

Não. Jesus e Paulo não estão sendo severos, nem implacáveis, nem nos pedindo algo impossível.

O que está escrito é para que possamos reconhecer a nossa total dependência de Deus.

Serve para que possamos sentir vergonha das nossas palavras, muitas delas pronunciadas em vão, sem real atitude, sem concreta ação.

Envergonhados, podemos pedir perdão, ou seja, buscarmos a reconciliação.

A reconciliação é a nossa oportunidade de encontro com a bondade de Deus, que nos orienta e nos oportuniza a renovação da mente, a simplicidade, a humildade e a salvação.

Tanto no Primeiro quanto no Segundo Testamento está registrado o pedido para sermos santos, porque Deus é santo. (Levítico 11, 44; 1 Pedro 1, 16)

Se nós somos imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1, 26), devemos nos assemelhar a Ele na santidade.

Santidade humana não significa perfeição absoluta, porque o ser humano não é perfeito.

Somos limitados. Santo não é anjo. Não somos anjos. Somos gente.

Ser santo é ser gente.

Santificação é um processo diário de aperfeiçoamento pessoal.

Uma jornada de renovação da mente. (Romanos 12, 2).

Por isso, não podemos desistir de amar.

Devemos perseverar no Amor.

Eterna é a misericórdia de Deus. (Salmo 117, 29)